Todos se Lavam no Sangue do Sol


Passei anos ouvindo amigos, familiares, conhecidos, e até estranhos me perguntando por um livro meu, meu mesmo, com meu nome na capa, como se esse fosse o destino natural de tudo o que eu venho fazendo há quase duas décadas. Ainda que um livro não seja produto obrigatório de uma vida intelectual, erradas essas pessoas não estavam, pois, embora muitos perguntassem mais para me instigar a escrever um livro do que por acreditar que eu realmente tivesse um na gaveta, desde 2011 venho lutando secretamente por Todos se Lavam no Sangue do Sol, romance policial passado em Salvador, que agora está em pré-venda pela DarkSide Books.

https://www.darksidebooks.com.br/todos-se-lavam-no-sangue-do-sol–brinde-exclusivo/p

Primeiro, passei anos na luta para terminá-lo, pois eu vinha de uma sequência de tentativas malogradas de finalizar a escrita de uma história longa, de qualquer romance bruto que eu pudesse chamar de meu.

Depois, lutei para melhorá-lo, pois de nada adianta terminar um livro se dois meses depois você não gostar mais dele (posso afirmar que essa etapa durou até a semana em que ele foi para a gráfica, e que essa uma luta não foi apenas minha, mas também de meu cirúrgico editor Cesar Bravo, de meu brilhante ilustrador Alcimar Frazão, do pessoal da diagramação, do projeto gráfico, da finalização, de toda a equipe da editora).

Em seguida, lutei para achar uma casa para ele, a etapa mais incerta e demorada, pois não depende apenas de mim – e uma etapa particularmente complicada, quando se tenta do interior da Bahia, sem conhecer ninguém no meio – até a DarkSide comprar a ideia em 2019, oito anos depois de iniciado o processo, dois após eu me mudar pra SP, três antes do anúncio, um mês antes de sair minha primeira tradução.

Depois, lutei contra as minhas próprias ânsias, devido à espera, devido à pandemia que atrasou o processo, devido ao desgoverno que sitiou nossas mentes, a ânsia de não poder contar nada, a ânsia em imaginar como seria a capa, e as ânsias inerentes ao ato de criar, de tornar algo público, ânsias estas que persistem e persistirão.  

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Durante essa luta de onze anos, tive de reaprender a escrever. Diálogos, ações, continuidade de cena, paralelismos, motivação de personagens, foco narrativo, descrição de cenário, narrativa ensaística, empolações, ironias, sentidos, a importância do detalhe no todo, tudo isso teve de ser reescrito, reestudado continuamente. Até o título, uma das poucas certezas absolutas que eu tinha desde o começo, teve de ser profundamente repensando (e apenas após as reações ao anúncio me assegurei que Todos se Lavam no Sangue do Sol é o título ideal). Sou grato por toda essa espera, pois hoje posso afirmar que essa é a melhor versão possível de minha história.

Agora, em meio a outras ânsias, luto para que meu livro seja lido, essa que talvez seja a luta mais importante durante todo esse processo, uma luta que, se dependesse apenas de mim, poderia durar muito mais do que onze anos. Por isso convido vocês a lerem meu livro, e também a divulgarem-no, compartilharem-no a quem possa se interessar por ele.

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Todos se Lavam no Sangue do Sol começa em um nervoso, porém bem-sucedido assalto a uma joalheria do Centro de Salvador. No interior de um bar próximo ressoam os tiros, o sangue tinge as pedras do calçamento, bandidos mascarados disparam em uma fuga desenfreada. A partir desse momento, os envolvidos diretos e indiretos no crime serão convidados a encarar as consequências inimagináveis de suas ações.

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